sábado, 15 de agosto de 2009

O GRITO DE DESAMPARO NA CRUZ

VEJAMOS AGORA O QUE A IGREJA PRIMITIVA VIU NO FINAL DA HISTÓRIA:

Condenado a morte, Jesus foi crucificado - Conforme Isaías havia profetizado, 53:7, “como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha, muda perante os seus tosquiadores, Ele não abriu a boca”. Carregando sua própria cruz, Ele caminhou pela “via dolorosa”; Saiu da cidade e foi até Gólgota (“o lugar da caveira”); Ali, segundo Lucas, que se recusa a descrever sua nudez... o crucificaram. Jesus, no entanto, foi desnudado publicamente, conforme as evidencias do texto de Lucas 23:33-37. O versículo 34, diz que eles repartiam entre si as vestes de Jesus, o que significa dizer que ele estava nu...Continuando, o texto diz que “o povo estava ali a olhar”... Os dirigentes, escarneciam dEle, dizendo: Salva a ti mesmo... Mas, Jesus veio a mundo para sacrificar-se a fim de salvar o mundo. Ele não veio para salvar a si mesmo e sim, salvar o mundo.

Douglas Webster escreveu que : “No nascimento do Filho de Deus, houve luz à meia noite; na morte do Filho de Deus houve trevas ao meio dia”.

Parece que a escuridão durou três horas. Pois foi a hora terceira (9:00 da manhã) que Jesus foi crucificado, e a hora sexta (meio – dia) que a escuridão cobriu a terra, e à hora nona (3:00 da tarde) que, emergindo das trevas, Jesus clamou em alta voz e em aramaico; "Eloi, Eloi, lama sabactâni?”, que significa: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

Antes de analisarmos A IMPORTANCIA DESSAS PALAVRAS NA BOCA DE JESUS, eu gostaria de abrir um parentese para fazer uma observação:Dizem que a catora gospel, Shirley Carvalhaes, começo a fazer sucesso, a partir do momento em que ela entrou no mercado evangélico com uma música que tem como tema - A ÁRVORE DA CRUZ. Nessa música, ela questiona exatamente, o fato da terra ter tremido e da escuridão que cobriu a terra, por ocasião da morte do filho de Deus, enquanto os homens, seres conscientes e inteligentes, não foram capazes de emitir reação nenhuma. Logo abaixo desse texto, postarei esta música para que todos os que se dispuserem a visitar este cantinho, possa refletir sobre o ocorrido em toda a sua profundidade.


Mas,voltando ao "grito de desamparo de Jesus", qual era a importancia dessas palavras em Sua boca?

Ainda hoje muitos entendem de forma errada essas palavras de Jesus.

Quatro explicações têm sido oferecida:

1. Que foi um grito de raiva, descrença ou desespero;
2. Foi um grito de solidão
3. Um grito de vitória – Jesus cita o v.1 do Sl. 22
4. Um grito genuíno de abandono

Sinceramente, eu não sei. Rm 11:33-34 diz assim: Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? Ou quem se fez seu conselheiro?

A única coisa que eu entendo é que: Deliberadamente, livre e perfeitamente em amor, Jesus suportou o juízo de Deus em nosso lugar.

Eu entendo ainda, que a Cruz reforça três verdades acerca de nós mesmos:

1. Que o nosso pecado deve ser extremamente horrível... Que a Cruz revela a gravidade do meu pecado.

2. Que a maravilha do amor de Deus não tem limite e vai além da nossa compreensão – por que, Ele podia muito bem ter nos deixado sozinhos para colhermos os frutos dos nossos erros...

É preciso ter um coração duro como uma pedra para não se comover face a um amor como o de Deus. Aliás, é mais do que amor. Seu nome correto é “GRAÇA”, que é o amor aos que não merecem. Portanto, A Cruz de Cristo, revela que o Amor de Deus não tem limites!

3. Que A SALVAÇÃO É UM DOM GRATUITO

Jesus comprou a nossa salvação por um preço muito alto. De modo que não temos mais nada a pagar. Quando Ele disse “está consumado”! Acabou, não temos mais nada a pagar.

É preciso, no entanto, ter responsabilidade! Muitos acham que podem pecar deliberadamente, por que os pecados já foram pagos... Não, não, não, e não... A Cruz de Cristo não nos deixa livres para pecar... Ao contrário, A cruz de Cristo é um incentivo poderoso para uma vida santa, apesar dela nos dá a certeza de que “A salvação é gratuita!"


A AGONIA DE JESUS NO JARDIM DE GETSÊMANI

A SEGUNDA CENA QUE VAMOS EXAMINAR ANTES DA CONDENAÇÃO DE JESUS É SUA AGONIA NO JARDIM DE GETSÊMANI.

Imaginemos que a ceia terminou e Jesus dá instruções aos apóstolos:
- Ele pede que “permaneçam nEle, assim como os ramos permanecem na videira;

- Ele os adverte da oposição do mundo e os encoraja a testemunhar dEle, lembrando-os que o Espírito da verdade seria a testemunha principal;

- Ele ora, primeiro por si para que o Seu Pai fosse glorificado no suplício que se seguiria e, depois, pelos discípulos, para que se mantivessem na verdade, santidade, missão e unidade. Depois ora pelos que faziam parte de gerações posteriores e que creriam nele através da mensagem dos apóstolos.

A bíblia não diz, mas, é provável que depois cantaram um hino e juntos tenham deixado o cenáculo.

Vamos imaginar agora, que andaram pelas ruas da cidade no silêncio da noite... Atravessaram o vale de Cedrom, começaram a subir o monte das Oliveiras e entraram num jardim de oliveiras, com o nome “Getsêmani” (prensa de azeite).

Aquele, evidentemente, era um dos retiros favoritos de Jesus, porque João comenta que “Ele, ali estivera muitas vezes com seus discípulos”(Jo. 18:2). E ali acontece algo que nós o chamamos de “a agonia do jardim” e que revela o enorme preço da Cruz de Cristo.
Deixando a maioria dos apóstolos para trás, Jesus chama aqueles com quem Ele mais se identificava: Pedro, Tiago e João – Lhes diz que se sente “profundamente triste até a morte”, e pede-lhes que vigiem com Ele.

Então se adianta um pouco, prostra-se com o rosto em terra e ora dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres (Mateus 26:36-39).

Voltando aos apóstolos, encontra-os dormindo e os repreende... Saindo pela segunda vez, Ele ora: Pai meu, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade(Mt. 26:42). Novamente encontra os discípulos dormindo... Deixa-os mais uma vez e ora, pela terceira vez dizendo as mesmas palavras. Depois desse terceiro período de oração, Ele volta e os encontra dormindo novamente, pois eles não conseguiam penetrar o inconcebível mistério do seu sofrimento. Aquele era um caminho que Jesus teria de palmilhar sozinho!

A certa altura, Lucas diz que Ele estava “em agonia” e orava mais intensamente de modo que “o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra” ( Lc.22:44). Nessa oração que Jesus fazia neste momento de agonia, Ele se referia a um cálice que Ele haveria de beber...

Que cálice é esse ?

Segundo Dr. Stott, o cálice não simbolizava nem a dor física de ser açoitado e crucificado, nem a aflição mental de ser desprezado pelo seu povo... E, sim a agonia espiritual de levar os pecados do mundo... De suportar o juízo divino que esses pecados mereciam. Ou seja, “o cálice era o símbolo da ira de Deus”.

O AT. Confirma de modo vigoroso que esta compreensão do Dr. Stott, está correta porque tanto nos livros de sabedoria como nos profetas, o cálice do Senhor era o símbolo regular da ira de Deus. (Jó. 21:20). Esse texto diz que o ímpio bebia do “furor do Todo Poderoso”. Mediante Ezequiel, Yavé adverte a Jerusalém de que ela em breve teria o mesmo destino que Samaria, que fora destruída (Ezequiel 23:32-34). Não muito tempo depois, essa profecia de juízo aconteceu e então os profetas começaram a incentivar o povo com promessas de restauração.

A figura do cálice da cólera de Deus tem aparecido em todo VT e NT. (Is.51:17-22; Salmos 75:8; Je.25:15; Habacuque 2:16; Ap.14:10; 16:1; e 18:6).

Portanto, o cálice era o símbolo da ira de Deus que por amor de nós, Jesus bebeu.

A ÚLTIMA CEIA

Podemos imaginar Jesus passando sua última noite na terra em reclusão tranqüila com seus apóstolos. O lugar era descrito como “um cenáculo grande, mobiliado e preparado”. O cenáculo era uma sala usada no tempo de Jesus como um lugar preparado para refeições. É o que chamamos hoje de sala de jantar.

Imaginemos, portanto, Jesus junto de uma mesa baixa, reclinado sobre almofadas, no chão. Evidentemente, não havia criados que os servissem, de modo que ninguém lhes lavou os pés antes da refeição. Nem os apóstolos foram humildes o suficiente para fazer. Quem sabe... Jesus, então, veste um avental de escravos, despeja água numa bacia e lava os pés dos apóstolos, realizando o que nenhum deles estivera disposto a fazer... A seguir, Ele profere palavras tremendas e reveladoras sobre: “o amor em servir uns aos outros”, “sobre sua iminente partida” e “da vinda de um consolador que tomaria o seu lugar...” E ainda os adverte de que um membro do grupo iria traí-lo...

DE REPENTE ELES OBSERVAM ENCANTADOS, QUE ELE PEGA UM PÃO, QUEBRA EM PEDAÇOS E DISTRIBUE ENTRE ELES DIZENDO: “Este é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de mim”.

Da mesma forma, terminada a ceia, Ele tomou um cálice de vinho, deu graças, entregou-o aos discípulos e disse: Este é o cálice da nova aliança que é derramado por muitos pelo perdão dos pecados; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim”.

É uma pena estarmos tão familiarizados com estas palavras que muitas vezes não sentimos o impacto que elas causam, quando através do pão e do vinho e pelo que Jesus disse a respeito desses elementos, Ele estava nos ensinando que:
  1. O pão e o vinho distribuídos aos discípulos deveriam simbolizar para sempre a Sua morte. Ou seja, Todo aquele ato, visava “A centralidade da Cruz”. Era por sua morte que Ele deveria ser lembrado. “Fazei isto em memória de mim”, Ele disse.

    O que deviam Eles fazer? Deviam copiar o que Ele tinha feito... Tanto os seus atos como suas palavras... Isto é, tomar, quebrar ou partir o pão, abençoar, identificar e partilhar o pão e o vinho.

    As palavras proferidas por Ele, tinham uma explicação: Acerca do pão ele disse: “Este é o meu corpo que é dado por vós” e do vinho: “Este é o meu sangue que é derramado por vós”. O pão não representava seu corpo vivo, enquanto ele se reclinava com eles à mesa...
    O Pão representava Seu corpo que seria dado por eles na morte.

    Da mesma forma, o vinho não representava o sangue que corria em Suas veias enquanto lhes falava e sim o sangue que seria derramado por eles na Cruz...

    A evidência é clara e irrefutável: “A ceia do Senhor, que foi instituída por Jesus, e que é o único ato comemorativo autorizado por Ele, não representa nem seu nascimento... Nem sua vida... Nem seu ensino... Nem suas obras... Mas, somente sua morte”. Portanto, Se a Cruz não for o centro da nossa religião... A nossa religião não é Jesus.
  2. Outra lição que aprendemos de tudo isso é que Jesus ensinava aos seus apóstolos que sua morte tinha um propósito. Não somente Mateus que foi testemunha desse momento, mas o próprio Paulo testifica acerca do cálice que as palavras de Jesus referia-se tanto ao seu sangue, como à nova aliança associada com o seu sangue. Mateus acrescenta que “o sangue de Cristo deveria ser derramado pelo perdão dos pecados”(Mt.26:28). Nesse texto nós temos a afirmação verdadeira de que por intermédio do derramamento do sangue de Jesus, na morte, Deus estava tomando a iniciativa de estabelecer um novo pacto ou “aliança” com o seu povo, na qual uma das maiores promessas seria o perdão dos pecados.

    Que quis Jesus dizer, então? Muitos séculos antes, Deus havia feito uma aliança com Abraão, prometendo alcançá-lo com uma boa terra e uma posteridade abundante. Deus renovou essa aliança no monte Sinai, depois de tirar a Israel (descendentes de Abraão) do Egito. Ele prometeu ser o seu Deus e fazê-los seu povo. Essa aliança ainda foi ratificada com o sangue do sacrifício (Ex. 24:8). Passaram-se centenas de anos, durante os quais o povo se esqueceu de Deus, quebro a sua aliança e provocou o seu juízo, até que um dia no sétimo século a.C. a palavra do Senhor veio sobre Jeremias(Je.31:31-34). Passaram-se mais seis séculos, anos de espera paciente e expectativa crescente... Até que numa noite... Num cenáculo de Jerusalém, um jovem camponês galileu... Carpinteiro de profissão e pregador por vocação, ousou dizer: “Esta nova aliança, profetizada por Jeremias, está prestes a ser estabelecida; o perdão de pecados prometido como uma das bênçãos distintivas está prestes a ficar disponível; e o sacrifício para selar esta aliança e assegurar este perdão será o derramamento do meu sangue na morte”. Aqui está a visão que Jesus tinha de sua morte...E esta deve ser a nossa certeza. Jesus morreu para expiar os nossos pecados.
  3. Finalmente, Jesus ensinava “A necessidade de nos apropriarmos pessoalmente de sua morte”. Assim como os discípulos deveriam comer o pão e beber o vinho, era necessário que eles participassem pessoalmente dos benefícios de sua morte. O comer e o beber eram, como ainda o são, uma parábola viva de como recebermos a Cristo como nosso salvador crucificado, e nos alimentarmos dEle, pela fé, em nossos corações. A ceia do Senhor instituída por Jesus não tinha o propósito de ser um “não-me-esqueça” piegas, mas. Antes, um culto rico de significação espiritual. Amém?

CONSIDERAÇÕES NECESSÁRIAS

Vimos no texto anterior, que Jesus sem pecado e não tendo necessidade de morrer, sofreu a nossa morte, a morte que os nossos pecados mereciam... De maneira que Ele se entregou e foi levado a morte e morte de Cruz por amor.


Mas, para que possamos entender a moralidade e a eficácia da morte de Jesus na cruz, é preciso certas considerações, no que se refere a um exame minuncioso sobre o que aconteceu nas suas ultimas 24 horas de vida, porque, com toda certeza, assim também fizeram seus discípulos.


Humanamente falando, na noite de quinta feira, Jesus tinha visto o sol se por pela última vez...Ele sabia que dentro de vinte e quatro horas, estaria morto e enterrado... No entanto, o extraordinário, é que Ele estava pensando a respeito de sua missão como ainda no futuro e não mais no passado.

Ele era jovem... Entre trinta e trinta e cinco anos...Nem bem tinha vivido metade da vida humana...Estava no auge de sua vida e dos seus poderes...Na idade dele a maioria das pessoas tem seus melhores anos pela frente...Maomé viveu até os 60; Sócrates, até os 70; Platão e Buda tinham mais ou menos 80 anos quando morreram...

Jesus, não... Mesmo assim, Ele não considerava a morte que estava prestes a sofrer como o fim último de sua missão, mas como necessária a sua realização... Por isso, necessário se faz toda uma retrospectiva do que aconteceu na noite da quinta feira, chamada “santa”.

FÉ SOBRENATURAL

No texto anterior, nós vimos que a morte de Jesus na Cruz se deu simultaneamente pela maldade dos homens, pelo Plano de Deus e vontade do próprio Jesus.

Mas, Por quê?
Com toda certeza, esta também foi a pergunta da igreja primitiva...O que havia, acerca da crucificação de Jesus, que, apesar do seu horror, vergonha e dor, a fazia tão importante ao ponto de Deus planejar de antemão de Cristo vir ao mundo para suportá-la?

Vamos tentar responder a essa pergunta em três estágios... Passo a passo, ir penetrando mais profundamente no mistério.


A Cruz é um mistério... E é preciso fé. Não uma fé natural. Mas, uma fé acima do natural... Uma fé sobrenatural.

A fé natural é aquela que você vê, para crer. A fé sobrenatural, você crê primeiro, para depois ver. Portanto, somente mediante a fé sobrenatural podemos entender os mistérios da Cruz de Cristo.

Somente pela fé, podemos crer que:

1. Jesus morreu por nós - A sua morte foi altruísta, ou seja, por amor a nós e isso nos beneficiou.

Ele a empreendeu por nossa causa e não pela sua... Ele acreditava que através dela nos garantia um bem que não poderia ser garantido de outro modo. O bom Pastor deu a Sua vida pelas ovelhas(Jo.10:14-15).

2. Jesus morreu para nos conduzir a Deus – O foco do propósito de sua morte é nos reconciliar com Deus. Pela sua morte, Ele nos conferiu a grande bênção da salvação(I Pe.3:18 ).

3. Jesus nos amou, morreu pelos nossos pecados, embora nunca tenha pecado.

Os nossos pecados eram o obstáculo, que nos impedia de receber o dom que Ele desejava nos dar...De modo que eles tinham que ser removidos antes que a salvação nos fosse outorgada, e Ele os levou na sua morte(Hb.4:15; I Co. 15:3; Ap.1:5-6).

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

VIA DOLOROSA

Vimos no texto anterior, segundo os evangelhos, qual era a reação da casta religiosa sobre a pessoa de Jesus, antes da sua crucificação. Na realidade, Jesus não era nada daquilo que os judaizantes... Os gregos ou romanos diziam dele... Mas, o fato é que decidiram acabar com Ele.
· No tribunal judaico apresentou-se uma acusação teológica contra Ele – Blasfêmia – Os judeus não admitiam o fato de Jesus ter declarado ser “Deus” – O judaísmo pregava o Monoteísmo (Dt.6:4).
· No tribunal romano a acusação era política, sedição(motim, revolta).
Mas quer seu delito tenha sido visto como contra Deus ou contra César, o resultado foi o mesmo. Jesus foi considerado uma ameaça à Lei e à ordem e morreu como um criminoso, mas, na realidade, como vítima de mentes medíocres e como mártir de sua própria grandeza.
DE MODO QUE O LIQUIDARAM.
· Quem foi, portanto, responsável pela execução de Jesus?
· Quem são os suspeitos?
· Será que a morte de Jesus poderia ter sido diferente?
· E nós, até que ponto estamos envolvidos na sua morte?
Vamos analisar, então?
Um dos aspectos fascinantes que os escritores dos Evangelhos fazem do julgamento de Jesus é que tanto no tribunal judaico como no tribunal romano seguiu-se certo procedimento legal:
·A vítima foi presa, acusada e examinada e chamaram-se testemunhas. Então o juiz deu seu veredicto e pronunciou sua sentença.
·Os evangelistas também esclarecem que o preso não era culpado das acusações, que as testemunhas eram falsas, e que a sentença de morte foi um horrendo erro judicial.
O motivo desse erro, porém, foi a presença de fatores pessoais e morais que influenciaram a execução da lei. Quais?
· Caifás, sumo sacerdote judaico e,
· Pilatos, governador romano, não eram oficiais da igreja e do estado, no cumprimento e execução dos deveres oficiais...
Eles eram seres humanos decaídos e falíveis, levados pelas paixões sombrias que governam a todos nós.
A pergunta continua... Quem foi responsável pela execução de Jesus?
Durante o nosso estudo, nós vamos tentar responder. Vamos seguir o exemplo dos apóstolos... Vamos tentar ver tudo à Luz da Bíblia e da história.
QUEM FOI O CULPADO?
Soldados?
Pilatos?
Sacerdotes?
Judas?
POR QUE JESUS MORREU?
Vamos começar pelos SOLDADOS ROMANOS- Culpados ou Inocentes?
Os evangelistas dizem que os soldados romanos executaram a sentença. Todavia nenhum dos quatro descreveu o processo de crucificação. De modo que se tivéssemos de depender exclusivamente dos evangelhos, não saberíamos o que de fato aconteceu. Precisamos então, recorrer aos fatos históricos, onde documentos contemporâneo, nos dizem como era feito a crucificação.
· Após a condenação, o prisioneiro era despido e humilhado publicamente.
· Era costume chicotear a vítima com o flagellum (Chicote de línguas de couro com pequenos pedaços de metal ou de osso)
· No caso de Jesus, Pilatos talvez tenha ordenado que isso fosse feito em primeiro lugar, esperando talvez comover a multidão, conforme João 19:1
· Em seguida, o criminoso, era obrigado a carregar a travessa da cruz conhecida por patibulum até o local de sua tortura e morte, local esse que sempre ficava fora da cidade, enquanto um arauto levava a sua frente o título, isto é, a acusação escrita.
· Após chegar ao local da crucificação, o prisioneiro era forçado a deitar-se de costas no chão, suas mãos eram pregadas ou atadas ao patíbulum ou braço horizontal da cruz.
· A cruz, então, era erguida e jogada num buraco escavado para ela no chão. Em geral providenciava-se um assento rudimentar a fim de receber um pouco do peso do corpo da vítima para que não se rasgasse e caísse. E ali ficava o crucificado, pendurado, exposto a intensa dor física, ao ridículo do povo, ao calor do dia e ao frio da noite. Muitas vezes, esta tortura, durava dias.
Na Judéia, antes das execuções, vinho misturado com mirra, era dado aos condenados por uma associação de mulheres judias obedientes às palavras de Pv. 31:6. E embora a crucificação de Jesus, não tenha sido detalhada pelos evangelistas, há evidencias de que, Jesus recusou qualquer forma de alívio para seus sofrimentos. Sem dúvida para que pudesse preservar clareza mental até o fim ao fazer a vontade do pai. Isso explica o fato de que foi capaz de consolar o ladrão moribundo (Mt.27:34).
As mortes eras apressadas, pelo crurifragium, isto é, a fratura dos ossos das pernas, como aconteceu com os dois ladrões. Mas, com Jesus, isto não aconteceu. Deus não permitiu. Jesus morreu antes de mais esta selvageria. Entretanto, uma lança foi enfiada em seu lado, para tornar certa a sua morte.
Os evangelistas não oferecem nenhum detalhe sobre a crucificação de Jesus... Eles dizem apenas que o crucificaram...Isto é, os soldados romanos, executaram o seu horrendo dever e não há nenhuma evidencia de que eles tenham tido prazer nisso. Eles apenas obedeceram a uma ordem. Fizeram o que tinham que fazer... Lucas, no entanto, nos diz que, Jesus continuava a orar em voz alta: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc.23:34). Os evangelhistas, ao contrário do que se poderia imaginar, parecem sugerir que nenhuma culpa tinham os soldados romanos. (Acrescentam que mais tarde o centurião responsável por eles creu, ou pelo menos creu).
Já com Pilatos, a coisa muda de figura(Jo.19:16). Os evangelistas dizem que Pilatos entregou Jesus para ser crucificado. Pelo menos, o Credo dos apóstolos declara que Jesus foi “crucificado sob Pôncio Pilatos”.
PILATOS – Culpado ou Inocente?
Quem era Pilatos?
Pilatos foi nomeado governador romano da província fronteira da Judéia pelo imperador Tibério e serviu durante dez anos – de 26 a 36 d.C.
· Ele adquiriu fama de hábil administrador e tinha senso de justiça tipicamente romano.
· Os judeus, porém, o odiavam, porque ele os desprezavam. Eles não se esqueciam de seu ato de provocação, no início de seu governo quando exibiu os estandartes romanos na própria cidade de Jerusalém.
Josefo (Flávio Josefo foi um escritor e historiador judeu que viveu entre 37 e 103 d.C, escreveu a obra que se tornaria, depois da Bíblia, a maior fonte de informações sobre os impérios da Antiguidade, o povo judeu e o Império Romano) – E ele descreve que Pilatos desapropriou dinheiro do templo a fim de construir um aqueduto. Muitos acham que foi durante o motim que se seguiu que ele misturou sangue de certos galileus com os seus sacrifícios conforme Lucas 13:1. Estas são algumas amostras do temperamento esquentado de Pilatos.
À medida que as investigações prosseguiam, os evangelistas ressaltaram alguns pontos muito importantes sobre as reações de Pilatos.
Como governador romano, Pilatos quis agradar os judeus, entregando-lhes Jesus(Mc. 15:15).
Pilatos estava convicto da inocência de Jesus (Lc.23:4; João 18:38; Jo. 19:4-5). Pilatos, negou-se inclusive, a atender o pedido da esposa para que não se envolvesse com Jesus(Ver Mt.27:29).
Em alguns momentos, Pilatos agiu de modo a transferir sua responsabilidade para os outros (Lucas 23:5-12).
Pilatos lava as mãos, indicando que não queria se envolver com o problema: Ver Mt.27:24 .Todavia, é bom lembrar que em nenhum momento Pilatos se mostrou disposto a livrar Jesus da morte. Ele preferiu agir covardemente e da maneira, mas conveniente para ele.
Foi muito conveniente para ele entregar Jesus ao povo de forma covarde.
A ESCOLHA ERA ENTRE A HONRA E A AMBIÇÃO, ENTRE O PRINCÍPIO E A CONVENIÊNCIA.
A multidão venceu. Porque? Ver Jo. 19:12 - Daí em diante Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus clamaram: Se soltares a este, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei é contra César.
Pilatos já estivera em dificuldades com Tibério César em duas ou três ocasiões e não podia arcar com mais uma.
Claro que Jesus era inocente, mas ele não podia perder o favor imperial e aí ELE FEZ CONCESSÃO POR SER COVARDE(Lc. 23:22-25). O que significa dizer que Pilatos agiu por CONVENIÊNCIA.
E os SACERDOTES? Culpados ou Inocentes?
Em nenhum momento os sacerdotes fizeram qualquer tentativa para livrar Jesus. E, embora não possamos exonerar a Pilatos, certamente podemos reconhecer que ele se encontrou numa situação difícil, e que foram os sacerdotes, os líderes judaicos que o colocaram ali. Porque?
Porque foram eles quem entregaram Jesus a Pilatos para ser julgado. Foram eles quem acusaram Jesus de ensino subversivo e quem atiçaram a multidão para que exigissem que Jesus fosse crucificado. Por isso em João 19:11, está escrito que Jesus disse: “Quem me entregou a ti, maior pecado tem”. (Ora, nós sabemos que não existe pecado maior do que outro. Nesse texto, Jesus estava falando de culpa, ou seja, quem me entregou a você, Pilatos, é muito mais culpado do que você mesmo...)
Se voltarmos para os evangelhos, veremos que desde o início, Jesus, indignou os líderes religiosos do seu tempo.
Jesus, era todo irregular:
Deixa-se chamar de Mestre e eles que se consideravam os Mestres, Jesus os taxava de hipócritas, guias de cego e sepulcros caiados – por fora se mostram belos e por dentro estão cheios de ossos mortos e toda imundícia...
Jesus comia com os publicanos, enquanto eles menosprezavam os publicanos...
Jesus curava aos sábados, enquanto eles eram servos do sábado...
Quando eles questionavam Jesus, Jesus os deixava sem argumentação... (Como foi o caso sobre o divórcio, da mulher adúltera e da pecadora...)
Enquanto Jesus tinha autoridade para curar, expulsar demônios e perdoar pecados, os sacerdotes não tinham este tipo de poder...
E aí os sacerdotes decidiram eliminá-lo!
O nome que se dá a esse tipo de comportamento dos sacerdotes, é simplesmente: INVEJA.
JUDAS –
Culpado ou Inocente?
Tendo visto como os sacerdotes entregaram Jesus a Pilatos e como Pilatos o entregou aos soldados, vamos agora examinar como, para começar Judas entregou Jesus aos sacerdotes.
Essa entrega é especificamente chamada de “traição”.
E a noite da quinta-feira, da semana chamada Santa, será sempre lembrada como a noite em que Jesus foi traído(I Co. 11:23).
Portanto, à semelhança dos sacerdotes, nada existe na atitude de Judas que possa beneficiá-lo ou inocentá-lo em relação à morte de Jesus.
Quer Judas tenha sido vítima da Predestinação ou não, o fato é que entre Jesus e o dinheiro, ele escolheu o dinheiro.
De modo, que o que levou mesmo Judas a trair Jesus, foi o DINHEIRO.
A Pergunta continua: Por que Jesus morreu? Quem é responsável pela morte de Jesus?
1. Judas o entregou aos sacerdotes por causa da ganância... E, o entregou por DINHEIRO.
2. A seguir, os sacerdotes o entregaram a Pilatos, por causa da INVEJA.
3. Enfim, Pilatos o entregou aos soldados por causa da covardia... Por CONVENIÊNCIA.
4. E aí os soldados o CRUCIFICARAM.
Por outro lado, os evangelhos e as evidencias nos mostram que na Cruz:
· Jesus identificou-se com os pecadores;
· Jesus nunca se desviou da cruz;
· Jesus sabia da Sua morte e porque morreria;
· Jesus se entregou pelos pecadores;
· DEUS DEU O SEU FILHO POR AMOR.
Portanto, quem foi então que entregou Jesus para morrer?
Não foi Judas por DINHEIRO
Não foi Pilatos por CONVENIÊNCIA
Não foram os sacerdotes judeus por INVEJA
Deus é que entregou seu filho em sacrifício pelos pecados da humanidade... Pelo meu e pelo seu... Pela INVEJA dos Sacerdotes Judeus, Pela COVARDIA de Pilatos e pela TRAIÇÃO de Judas. Ele... Jesus, aceitou tudo... Por AMOR.
Jesus não foi morto... Jesus morreu, entregando-se voluntariamente para fazer a vontade do Seu Pai que nos amou de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna(João 3:16).
É preciso, no entanto, conservar juntos dois modos de olhar para a Cruz:
No nível humano, Judas entregou Jesus aos sacerdotes, os quais o entregaram a Pilatos, que o entregou aos soldados, os quais o crucificaram. Mas, no nível divino, o Pai – DEUS, o entregou, e Ele se entregou a si mesmo para morrer por nós.
A medida que encaramos a cruz, podemos dizer a nós mesmos:”Eu matei. Foram os meus pecados que enviaram Jesus a Cruz”. E, ainda: “O seu amor o levou a Cruz”.
Vejamos como o apóstolo Pedro une esses dois modos de Olhar a Cruz:
Atos 2:23 - A este, que foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, vós matastes, crucificando-o pelas mãos de iníquos;
Pedro une as duas verdades da Cruz no dia de Pentescostes, que a morte de Jesus na Cruz se deu simultaneamente pela maldade dos homens e pelo Plano de Deus.
Isto significa dizer o que? Que a Cruz de Cristo tanto representa a expressão da maldade humana, como representa a revelação do propósito divino de vencer a maldade humana.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O CARPINTEIRO PREGADOR

Vimos que somente a luz da Bíblia e da história é que poderemos entender o real sentido da Cruz de Cristo.

Apesar da oposição dos gregos, romanos e judeus, os apóstolos seguiram a orientação da Palavra de Deus e nela eles viram que o Deus revelado na Bíblia era o agente positivo da salvação. Assim como foram as evidencias dos fatos testemunhados por eles próprios que levou o apóstolo Paulo a afirmar com toda convicção que “a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”(I Coríntios 1:18).

E para que possamos ensinar e olhar a Cruz de Cristo como o poder de Deus e não como vergonha ou maldição, nós vamos iniciar o nosso relato ou a nossa pesquisa, com uma pergunta:

PORQUE JESUS MORREU?

Muitos não vêem problema algum nesta pergunta e nem têm dificuldade em responder.

Por quê? Porque para muitos:
· Jesus não “morreu”, dizem: Ele foi morto... Executado publicamente como um criminoso.
· Achavam que a doutrina que ele pregava era subversiva... Herética.
Quem estudou SEITAS E HERESIAS, viu que SEITAS E HERESIAS, não é um privilégio somente da nossa época. Na época de Jesus, existiam algumas seitas. Fariseus... Saduceus... Todas, sub divisão do Judaísmo. E o Cristianismo, como filho do Judaísmo, também foi considerado uma Seita Herética.
Quando Paulo se converteu ao cristianismo, ele era fariseu...Vejamos Atos 24:5 - "Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo, e chefe da seita dos nazarenos". Mais adiante, nós vamos encontrá-lo refutando esta afirmação, dizendo: “ Mas, confesso-te que, conforme aquele caminho, a que chamam seita, assim sirvo ao Deus dos nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na Lei de Moisés e nos Profetas”.(Atos 24:14)

Imaginemos, então, a vida de Jesus, antes de Paulo...

Em seu livro “O Jesus que eu nunca conheci”, Philip Yancey diz que foi em meio ao sistema de castas religiosas daquela época que Jesus pareceu e “para desespero dos fariseus, Jesus não tinha escrúpulos quanto à socialização com crianças ou pecadores ou até mesmo samaritanos. Ele tocava, ou deixava-se tocar, pelos “impuros”: os que tinham lepra, os deformados, uma mulher com hemorragia, o lunático e o endemoninhado. Embora as leis levíticas prescrevessem um dia de purificação depois de tocar num doente, Jesus realizava curas em massa, nas quais tocava em dezenas de pessoas enfermas; nunca se preocupou com as regras da contaminação depois do contato com os doentes e até mesmo com os mortos.

Utilizando-se de apenas um exemplo das alterações revolucionárias a que Jesus deu início, pense sobre a atitude de Jesus para com as mulheres. Naquele tempo, em cada culto da sinagoga os homens judeus oravam: “Bendito és tu, ó Senhor, que não me fizeste mulher”. As mulheres assentavam-se à parte, não eram consideradas nos quóruns, e raramente aprendiam a Torá. Na vida social, poucas mulheres podiam conversar com os homens fora do ambiente familiar, e uma mulher não podia tocar em nenhum homem alem do seu esposo. Mas Jesus associava-se livremente com as mulheres e ensinava a algumas como a seus discípulos. Com uma mulher samaritana que tivera cinco maridos, Jesus travou conhecimento para dar início a um reavivamento espiritual (notavelmente, começou a conversa pedindo ajuda a ela). A unção de uma prostituta, ele aceitou com gratidão. As mulheres viajavam com seu bando de discípulos, sem dúvida incitando muitos comentários. Povoaram as parábolas e as ilustrações de Jesus, e ele muitas vezes fez milagres em benefício delas.

De acordo com o biblicista Walter Wink, Jesus transgrediu os hábitos do seu tempo em cada simples encontro com mulheres registrado nos quatro evangelhos. De fato, como Paulo diria mais tarde, em Cristo “não há judeu nem grego, não há servo nem livre, não há macho nem fêmea...”(Gálatas 3:28).

Realmente, para as mulheres e outras pessoas oprimidas, Jesus virou de cabeça para baixo a sabedoria aceita na época. Os fariseus criam que tocar em uma pessoa impura poluía quem a tocava. Mas, quando Jesus tocava numa pessoa com lepra, ele não se contaminava — o leproso se tornava puro. Quando uma mulher imoral lavou os pés de Jesus, ela se afastou perdoada e transformada. Quando ele desafiou os costumes entrando na casa de um pagão, o servo do pagão foi curado. Em palavras e atos Jesus estava proclamando um evangelho radicalmente novo da graça: para tornar pura uma pessoa, não era preciso ir até Jerusalém, oferecer sacrifícios e passar pelos rituais da purificação. Tudo o que uma pessoa tinha a fazer era seguir Jesus. Como Walter Wink destaca: “O contágio da santidade sobrepuja o contágio da impureza”.

Em suma, Jesus transferiu a ênfase da santidade de Deus (excludente) para a misericórdia de Deus (inclusiva). Em vez da mensagem “Os indesejáveis não têm permissão”, proclamou que “No reino de Deus não há indesejáveis”. Para se dar ao trabalho de conhecer os gentios, comer com os pecadores e tocar os doentes, ele ampliou o reino da misericórdia de Deus. Para os líderes judeus, os atos de Jesus prejudicavam a própria existência de seu sistema de castas religiosas — por isso os evangelhos mencionam mais de vinte ocasiões em que eles conspiraram contra Jesus.



A CENTRALIDADE DA CRUZ



Será que a escolha que os cristãos fizeram da Cruz de Cristo como símbolo de sua fé, surpreendeu a muitos?

A escolha que os cristãos fizeram da cruz como símbolo da sua fé é tanto mais que surpreendente, segundo o horror com que era tida a crucificação no mundo antigo.

Segundo a história, os gregos e os romanos se apossaram da crucificação que, aparen­temente, fora inventada pelos "bárbaros" que viviam à margem do mundo conhecido. E era, com toda a probabilidade, o método mais cruel de execução jamais praticado, pois deliberadamente atrasava a morte até que a máxima tortura fosse infligida. Antes de morrer, a vítima podia sofrer durante dias. Ao adotarem a crucificação, os ro­manos a reservaram para assassinos, rebeldes, ladrões, contanto que também fossem escravos, estrangeiros ou pessoas sem posição legal ou social. Os cidadãos romanos, a não ser em casos extremos de traição, estavam isentos de crucificação.

Se os romanos viam com horror a crucificação, imagine os judeus que viviam sob a lei de Moisés (Dt. 21:22-23). Eles, automaticamente aplicavam aos cri­minosos crucificados a terrível declaração da lei de que "o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus".

De forma que, quer de criação romana, quer judaica, ou ambas, os primitivos inimigos do Cristianismo não perdiam a oportunidade de ridicularizar a reivindicação de que a vida do ungido de Deus e Sal­vador dos homens tinha acabado numa cruz. E ainda hoje, em pleno século 21, na era da informática, encontramos pessoas, inclusive cristãs, com ideias preconceituosas em relação a cruz.

Por que os cristãos, então, não escolheram a manjedoura em que o menino Jesus foi colocado, ou o banco de carpinteiro em que ele trabalhou durante sua juventude em Nazaré, dignificando o trabalho manual, ou o barco do qual ele ensinava as multidões na Galiléia, ou a toalha que ele usou ao lavar os pés dos apóstolos, a qual teria falado de seu espírito de humilde serviço?Também havia a pedra que, tendo sido removida da entrada do túmulo de José, teria proclamado a ressur­reição. Outras possibilidades eram o trono, símbolo de soberania di­vina, o qual o apóstolo João, em sua visão, viu que Jesus partilhava, ou a pomba, símbolo do Espírito Santo enviado do céu no dia do Pentecoste. Qual­quer destes símbolos teria sido apropriado para indicar um as­pecto do ministério do Senhor. Mas, pelo contrário, o símbolo escolhido foi uma simples cruz.

O fato de os cristãos, teimosamente, terem se recusado, a descartar a cruz como simbolo do cristianismo, segundo o Dr. Stott, só pode ter uma explicação. Significa que a centralidade da cruz teve origem na mente do próprio Jesus. Foi por lealdade a ele que seus seguidores se apegaram com tanta tenacidade a esse sinal. Eles deseja­vam comemorar, como centro da compreensão que tinham de Jesus, não o seu nascimento nem a sua juventude, nem o seu ensino nem o seu serviço, nem a sua ressurreição nem o seu reino, nem a sua dádiva do Espírito, mas a sua morte e a sua crucificação.

Que evidência há, então, de que a cruz se encontrava no centro da perspectiva do próprio Jesus?
Segundo, Josh Mc Dowell, existem evidências históricas e Bíblicas que exigem um veredito... Portanto, somente à luz da Bíblia e da história, é que nós iremos entender os motivos pelos quais os cristãos se decidiram pela cruz de Cristo com símbolo do cristianismo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

SÍMBOLO DO CRISTIANISMO



Agora que você já tem o seu barco de papel em mãos, acompanhe meu raciocínio...

Digamos que a nossa vida, em determinados momentos, se mostre assim... Como um barco que navega em meio a tempestade, prestes a naufragar...

Até que um dia, em meio às adversidades da vida, chegamos à conclusão de que é preciso dar equilíbrio ao nosso barco, ou seja, a nossa vida...

O que é ou o que era que tinha de tão pesado na nossa vida que nos levava muitas vezes a perder o equilíbrio?

Quem sabe, assim como eu... Você analisou e concluiu que as influências do mundo, a exemplo da ambição, inveja, desemprego, o egoísmo, a impaciência, o desamor, enfim... O Pecado, estava pesando muito de um lado da sua vida ou do seu barco levando você ao fundo do poço...

E aí, resolvemos abrir uma janelinha e jogar tudo fora. (Rasgue um lado do barco)


Continuamos a nossa jornada quando percebemos que do outro lado do barco, existiam mais alguns pecados de estimação... Difíceis de serem jogados fora, como vícios... A exemplo do álcool, do fumo, a prostituição, a infidelidade... Necessário, porém, se faz, exterminá-los de uma vez por todas para que o nosso barco não perca o equilíbrio... (Rasgue o outro lado do barco e jogue tudo fora).

Mesmo assim, percebemos que o barco ainda não consegue se firmar devidamente...

É quando descobrimos que existe no nosso barquinho, um outro extremo que aponta para cima...(Rasgue outra janelinha na parte que aponta para cima). E aí acontece uma coisa tremenda!!!
Sem ter mais o que jogar fora... E agora com o barco todo limpo... JESUS entra pela janelinha que aponta para cima.

Vamos guardar esse ultimo pedacinho de papel que tiramos da parte que aponta para cima, cuidadosamente...

E agora, vamos abrir o nosso barco para ver como ele está após a chegada de Jesus...

Uma camisa! Foi o resultado da nossa Dinâmica.

Está é a sua camisa... A nossa camisa de Cristão!

Somos todos atletas de Cristo, e como bons atletas que somos temos que usar muito, essa camisa para que nosso time sempre vença...

Todo atleta, tem afixado na sua camisa, o símbolo do seu time...
Vascaíno – tem o símbolo do Vasco;
Flamenguista – tem o símbolo do flamengo.

E nós como cristãos, que símbolo iremos colocar na nossa camisa?

Todas as religiões e ideologias têm seu símbolo visual – que exemplifica um aspecto importante de sua história.
Uma cruz negra com uma rosa vermelha no centro – símbolo da Rosa Cruz
A flor de lótus aberta para os budistas;
O judaísmo antigo, com medo de quebrar o segundo mandamento, que proíbe a fabricação de imagens, evitava sinais e símbolos visuais;
O judaísmo moderno, porém, tem como símbolo a estrela de Davi;
A lua crescente para os islamitas.
O cristianismo, não é exceção, quanto a possuir um símbolo visual.
Qual é o símbolo do cristianismo?

“A Cruz de Cristo”

Vamos então desenhar com todo carinho, a Cruz de Cristo na nossa camisa como sinal da nossa salvação...

E o pequeno pedaço de papel que temos guardado vai nos lembrar que Jesus não está mais na Cruz...

Jesus, agora está dentro de cada um de nós... Para nos ajudar... Para nos orientar não permitindo que o nosso barco afunde, amém?



segunda-feira, 3 de agosto de 2009

BARCO DE PAPEL

Antes de darmos início a nossa caminhada para entender quais foram os motivos que levaram a igreja a escolher a Cruz de Cristo como símbolo do cristianismo, nós vamos fazer uma pequena dinâmica.
Para isso, nós vamos precisar ter em mãos um pequeno barco de papel.
Se você não sabe fazer... Siga passo a passo o vídeo abaixo:


A SOMBRA DA MORTE


Holman Hunt, líder da Irmandade Rafaelita, passou os anos de 1870 a 1873 na Terra Santa, onde pintou "A Sombra da Morte" em Jerusalém, no telhado da sua casa.
Em seu livro, “A Cruz de Cristo”, John Stott, teólogo anglicano retrata de forma sucinta o que Holman Hunt quis expressar no seu quadro.
· O quadro retrata o interior da carpintaria de Nazaré, onde Jesus, nu até a cintura, está de pé ao lado de um cavalete de madeira sobre o qual colocou a serra. Seus olhos estão erguidos ao céu, com olhar misto entre a dor e o êxtase. Seus braços também se erguem acima da Sua cabeça.
· O sol da tarde entrando pela porta aberta, lança, na parede atrás dele, uma sombra negra em forma de cruz. Compondo o quadro, na prateleira que se alinha aos braços estão os pregos e o martelo...
· Em primeiro plano, do lado esquerdo da tela, está uma mulher ajoelhada com as mãos postas sobre um baú. Não dá para identificar claramente quem seria esta senhora, mas entende-se que seja Maria. Ela parece sobressaltar-se com a sombra em forma de cruz que seu filho lança na parede, porque ela sabia o que aguardava seu Filho...
· Esta obra revela uma grande verdade: desde Seu nascimento, a Cruz lança uma sombra sobre o futuro de Jesus.

A CRUZ DE CRISTO


Após um longo período refutando e desmascarando as Seitas e Heresias, a igreja me convida para ministrar sobre o mais glorioso e sublime de todos os temas – A Cruz de Cristo.
Fazer apologia a fé cristã, sempre foi o desejo do meu coração e após um exame minucioso sobre o assunto, eu pude compreender por que a mensagem da cruz que Paulo pregava era "loucura" para muitos (1 Coríntios 1:18, 23). Assim sendo, decidi, expor aqui, a cada semana, quais foram as evidências, tanto à luz da Bíblia, como à luz da história, que fizeram com que a igreja primitiva decidisse escolher a CRUZ... IGNOMÍNIA, OU SEJA... VERGONHA, PARA Jesus, como símbolo do cristianismo.