sábado, 19 de novembro de 2011

IGREJA - CORPO DE CRISTO


Neste tempo de globalização, marcado pela ampla rede de comunicações, pela sociedade do espetáculo e pelo “império da mídia e da tecnologia digital”, qual é a primeira imagem que vem à sua mente quando você ouve a palavra Igreja?

Essa foi a pergunta feita por ocasião da ministração da nossa aula "Igreja Corpo de Cristo".

A palavra Igreja aparece no Novo Testamento pela 1ª vez no livro de Mateus 16:18, quando Jesus Cristo afirma que edificaria sua Igreja e que as portas do Inferno nunca prevaleceriam sobre ela.

Mas, o que é IGREJA?
• Será que os movimentos que vemos hoje ao redor do mundo se pode considerar “IGREJA”?

Bom, o fato é que muitas pessoas tem um conceito errado do que é IGREJA e para esclarecer, vamos procurar entender primeiro, o que não é Igreja.

Igreja não é um templo.
A maioria das pessoas chama um templo de igreja.

Claro que na língua portuguesa está determinado que uma construção com uma torre e uma cruz é chamada de igreja, mas a Bíblia nunca ensinou que igreja é uma construção.

Por que? Por que a construção é feita de madeira, tijolo, pedra... E o templo é uma construção ou lugar onde nos reunimos como povo de Deus para ouvir e viver a Sua Palavra...

IGREJA, não é um show ou um evento.

Quando a Igreja passa a ser show, ela deixa de ser o local onde as pessoas se reúnem para partilhar do mesmo pão, ao redor de uma mesma mesa, tornando-se um só, em Cristo.

Quando a Igreja se torna show ela deixa de ter eclesialidade e todos passam a ser “turistas religiosos” atrás de um cantor gospel.

Quando a Igreja se torna show ela se distancia drasticamente da proposta do Evangelho de Jesus, que nasceu pobre numa estrebaria, que viveu pobre na Galiléia e que morreu pobre e sozinho numa cruz em Jerusalém.

Quando a Igreja se faz show, vemos que Marx tinha razão quando dizia que “A religião é o ópio do povo” porque ao invés de libertar ela aliena.

Igreja Não é o Reino de Deus.

Para que a gente possa entender e dizer que a Igreja não é o Reino de Deus é preciso saber o que é Reino de Deus.

O Reino de Deus tem a sua origem, o seu ponto de partida diretamente de Deus enquanto que a Igreja tem sua origem e ponto de partida nos homens.

A igreja é desse mundo, o Reino de Deus não é desse mundo na sua origem, ou na sua conservação.

Segundo a Escritura, a idéia fundamental do reino de Deus não é a de um reino teocrático político restaurado em Cristo e idealizado pelo homem com leis, civilização, educação, reformas sociais, nem uma condição social nova saturada pelo Espírito Santo.

Na Bíblia, o reino de Deus significa, principalmente, a soberania de Deus em ação e o cumprimento perfeito da sua vontade( Dn. 2:44-45). O texto em referência, relata a interpretação do sonho de Nabucodonosor pelo profeta Daniel, e, nele, podemos constatar que Deus anuncia um reino futuro em que a sua vontade será plena.

Eu entendo que esse reino futuro, predito por Daniel, já foi inaugurado com Cristo na sua primeira vinda... (Ver Mt 12.28).

O Reino foi inaugurado com Cristo na sua primeira vinda e se desenvolve no tempo presente até chegar a sua plenitude com a segunda vinda de Cristo.

Isto significa dizer que o reino de Deus está inseparavelmente ligado a obra redentora de Deus e é para todos desde a fundação do mundo. (Vejamos Mateus 25:31-34).

De acordo com esse texto, o Reino de Deus nos foi preparado desde a fundação do mundo... Daniel fez apenas referência de sua implantação no futuro.

E no Novo Testamento, nós vamos encontrar João, o Batista conclamando ao povo que se arrependa, por que o Reino de Deus está próximo.

Por ocasião do nosso estudo sobre os Profetas, nós encontramos João Batista como o grande profeta que veio preparar “os caminhos do Senhor”.

Ele teve a missão de transmitir “o fruto de um mundo que estava acabando a um mundo que estava começando”.

João preparou o caminho para o Salvador, O Emanuel... O Deus conosco... A justiça da justiça... O grande prodígio mandado por Deus. E ele dizia: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus." ( MT. 3:1-2)

E Jesus CHEGA... Prega a mesma mensagem que João pregava...

Vejamos Mc. 1:14-15 - 14 Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia pregando o evangelho de Deus 15 e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho.

Mas, o Rei... Ou seja, Jesus foi rejeitado e a implantação do Reino foi adiada, dando assim a oportunidade para o aparecimento da igreja, ministério esse, oculto em Deus.
E foi assim que quando Jesus foi confrontado por Pilatos Ele afirmou não ser o Seu Reino desse mundo.

Vejamos Jo. 18:36 - Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui.

Então, conforme Mateus 25, o Reino nos foi preparado desde a fundação do mundo...

Agora será que existe algo que possa caracterizar o cidadão deste Reino? Vejamos Mateus 7:21 - 21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

Por ocasião das Bem Aventuranças nós ainda vimos Jesus dizendo: Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus... E ele ainda chamou a atenção do povo dizendo... Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.

Então o que caracteriza o cidadão deste Reino é nada mais nada menos que sua obediência.

Como vimos no início, O Reino de Deus é um domínio espiritual e moral, no qual Deus é Supremo, por isso Paulo disse que a carne e o sangue não podem herdar.

Vejamos I Co. 15:50 - 50 Mas digo isto, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus; nem a corrupção herda a incorrupção.

Aos Gálatas ele também faz um alerta de que os que não deixam as obras da carne, não herdarão o Reino dos Céus. Ver Gl. 5:20-21 -... a prostituição, a impureza, a lascívia, 20 a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, 21 as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus.

No entanto, precisamos entender que com a rejeição e morte do Rei Jesus, o Reino de Deus passou a dominar no coração de todos aqueles que voluntariamente, a ele se submetem pela fé, aceitando – o como Senhor e Rei.

De maneira que a consumação do Reino ocorrerá com a volta de Jesus, em data que só Deus conhece, quando o mal será completamente vencido e surgirão o novo céu e a nova terra para a eterna habitação dos remidos de Deus.

Por isso, misteriosamente, o Reino de Deus tem caráter escatológico( MT. 25:31-46); (I Co. 15:24-25).

Como podemos então ver, o Reino de Deus é muito maior que a Igreja e foi ele quem criou a Igreja, opera através dela, e é proclamado no mundo pela Igreja.

Concluindo, nós podemos dizer que esse Reino que é escatológico, também o é presente e a sua maior expressão e a igreja. Sua mensagem é o evangelho e a porta para esse reino é o arrependimento.

Portanto, a Igreja é a comunidade do Reino, mas nunca o próprio Reino.

Mas... Será que o conceito que nós temos de Igreja está correto?

Veremos isso, no texto seguinte.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Bendita Cruz Infame

Há algum tempo eu tive o privilégio de ministrar na BD sobre a Cruz de Cristo e enquanto para alguns a cruz de Cristo é IGNOMÍNIA, OU SEJA... VERGONHA, para mim é o poder de Deus. É pensando assim que posto aqui, mais um texto sobre a Cruz de Cristo, dessa vez de autoria de Rubem Amorese, que assim como eu ama a mensagem da cruz e até morrer a vai proclamar. O texto que tem como título 'Bendita Cruz Infame, está na sua íntegra como a seguir:

Meu pai estava ouvindo nossos hinos da IPP e parou nos dois que falam da cruz de Cristo. Parou, pensou, escolheu as palavras e disse:

— Você precisa se decidir sobre o que sente a respeito da cruz. Olhe essas duas letras: "Cruz Infame" e "Cruz Bendita". Afinal, é infame ou bendita? As duas coisas ela não pode ser.

Essa abordagem do tema me pareceu interessante, e ensejou uma boa conversa sobre semântica (o estudo dos significados) e, em decorrência, sobre as diversas aproximações possíveis da cruz.

Costuma-se fugir de um grande problema "como o diabo foge da cruz". De fato, em que pese o folclore, a cruz, para o diabo, é sinônimo de derrota. Nela ele foi cabalmente vencido e exposto ao desprezo (Col 2:15).

Há quem a menospreze, por não sentir necessidade de salvação. A redenção que ela traz (a palavra usada por Paulo é "propiciação", um sacrifício substitutivo) não é validada no coração, por meio da fé, tornando-a ineficaz para sua salvação. É vista por esses apenas como um fato histórico; longínquo e deprimente. Cena desagradável, por sinal.

Não me parece estranho, portanto, ocorrerem sentimentos contraditórios em um mesmo coração, dependendo da circunstância e da forma como ele se coloque diante dela.

Começo o hino "Cruz Infame" dizendo que ela "entre terra e céu o meu Senhor ergueu" e o submeteu a vergonha, dor e vexame. Sob esse aspecto é cruz infame! Mas o verso se completa: "por este triste réu". O que pensar, agora? "Aquela cruz maldita", enquanto humilhava meu Senhor, "terra e céu ligou", como uma imensa escada, e "a dívida da escrita por todos resgatou".

Bem, nesse sentido eu olho para ela como "cruz bendita", sem dúvida. E considero "bendito o dia em que encontrei a cruz de Cristo e seu perdão". E será para sempre "bendita a paz que ele comprou e a vida eterna que nos deu".

Naquela cruz estava o meu perdão. Naquela cruz está a minha paz. Ao olhar para o meu Senhor nela pendurado, como alguém que nem Deus nem os homens desejavam (esse é um dos significados do "ser levantado" entre a terra e o céu), encontro ali perdão para mim. "Cumpriu-se a lei-ditame, provou-se o seu amor; salvou-se um pecador". Sim, este pecador.

Diante dessa compreensão, sou compelido a cantar que "amo a mensagem da cruz". Mesmo que seja uma cruz tão rude, tão infame que dela o dia tenha fugido, pois era "emblema de vergonha e dor".

Se chego a chorar diante da humilhação do meu Senhor, diante de "tanta execração", quero ao mesmo tempo bendizer "a paz que ele me comprou".

Parecem sentimentos contraditórios, como sugere meu pai? Ok, pode ser. Mas "eu amo a mensagem da cruz e até morrer eu a vou proclamar". Mais que isso: "levarei eu também minha cruz/'té por uma coroa trocar".

_________________________________________________________________

SOBRE O(A) AUTOR(A)

Rubem Amorese