terça-feira, 29 de junho de 2010

PROFETAS PARA O NOSSO TEMPO


Confesso que quando fui convidada para ministrar sobre “Profetas para o nosso tempo”, eu fiquei um tanto norteada. Por que? Por que embora eu saiba que a Hermenêutica é a arte de interpretar a Bíblia, na sua segunda carta 1: 20, o apóstolo Pedro diz que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Por outro lado em Dt. 29:29, lemos que as coisas não reveladas só pertencem a Deus., de maneira, que como defensora da fé cristã, eu tenho me reservado de falar do que não está revelado na Bíblia, minha razão de Fé e Prática.
Assim, é que após algum tempo voltada para minhas pesquisas, estou aqui novamente para postar de formar sucinta, sobre o tema em referencia, anunciando tudo o que pude colher para o meu crescimento e para o crescimento dos que me ouviram.
De acordo com a história e o Antigo Testamento, Deus escolheu Israel para ser a Sua propriedade peculiar entre as nações da Terra (Ex.19:5,6).

E, para que o povo não se corrompesse(Pv.29:18), Ele sempre levantou, no meio de Israel, profetas, que eram Seus porta-vozes, como havia sido prometido ainda no deserto através de Moisés(Dt.18:20,21), que também foi um profeta de Deus (Dt.34:10).

A palavra “profeta” é grega e significa “aquele que fala por alguém”. E os profetas no Antigo Testamento eram identificados não somente como “porta vozes”, mas, como sendo os “homens de Deus” ou seja, eram pessoas escolhidas por Deus para serem Seus mensageiros.

O “profeta”, portanto, era alguém escolhido por Deus, um ser humano como eu e você, mas que era separado pelo Senhor para trazer mensagens ao Seu povo.
Tanto assim é que somente eram reconhecidos como “homem de Deus” como profeta, aquele que dissesse algo que se cumprisse, visto que esta era a prova de que tinha sido ele porta-voz de Deus, que é a verdade. Eram estas, aliás, as instruções dadas por Moisés ao povo. Vejamos Dt.18:22 - Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás.
Os Profetas do Antigo Testamento são classificados como Profetas Maiores e Profetas Menores. Por que Profetas Maiores? E profetas Menores? Será que os que são considerados Profetas maiores, são mais importantes do que os menores?
Agostinho (354-430), o grande filósofo e teólogo cristão do final da Antigüidade, foi quem criou as expressões “profetas maiores” e “profetas menores” para designar os profetas cujos livros são mais volumosos (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel) e os demais livros, que são curtos, tão curtos que haviam sido reunidos na versão grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) em apenas um livro, que foi chamado de “Doze Profetas” (Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Ageu, Sofonias, Zacarias e Malaquias).
E hoje? Será que Deus continua usando homens e mulheres para falar ao povo? Como? De que maneira Ele, Deus, tem feito isso?
Bom, o que muitos desconhecem é que, quando se fala em profecia, é preciso distinguir, em primeiro lugar, o sentido que assume esta palavra nas Escrituras, porquanto temos, ao longo da história da salvação, três manifestações distintas sob este nome, a saber:
· O ofício profético,
· O ministério profético e
· O dom espiritual de profecia.
O ofício profético inicia-se, segundo alguns, com Abraão, que é a primeira pessoa denominada de profeta nas Escrituras (Gn.20:7), mas que, segundo outros estudiosos da Bíblia, foi um ofício iniciado com Enoque, vez que Judas menciona ter ele profetizado (Jd.14). Então, o ofício profético teve como característica principal o da revelação progressiva do plano de Deus para com o homem.
Os profetas usados por Deus para entregarem o recado do Senhor ao povo começavam suas palavras dizendo: “assim diz o Senhor”, e logo a seguir transmitiam a mensagem recebida. E neste sentido, o ofício profético durou até João Batista conforme disse Jesus em Lc.16:16 de que A lei e os profetas vigoraram até João... Por que? Porque com a vinda de Cristo, o próprio Deus Se revelou ao homem, de forma plena e integral.
Todos nós sabemos que Jesus, era o próprio Deus encarnado... Isto significa dizer que com João, termina a dispensação profética e Deus passa a agir no mundo por intermédio de um novo processo... O ministério profético.
João preparou o caminho para o Salvador, O Emanuel... O Deus conosco... A justiça da justiça... O grande prodígio mandado por Deus. Em nenhum momento ele teve medo de preparar o caminho para Jesus e quando Ele chegou, João dizia que não era a ele a quem deveriam seguir, mas ao Mestre, Jesus, pois Ele era o Cordeiro de Deus que tiraria os pecados do mundo.
E Jesus CHEGA pregando a mesma mensagem que João pregava... Vejamos Mc. 1:14-15 - Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia pregando o evangelho de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho.
O ministério profético, foi instituído por Cristo, para a Igreja, com o propósito de ser o porta-voz de Deus não mais para a revelação do plano de Deus ao homem, mas para trazer mensagens divinas ao Seu povo no sentido de encorajar o povo a se manter fiel à Palavra e para nos fazer lembrar as promessas contidas nas Escrituras. Ver Hb.1:1-2 - Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo;
Jesus traria, uma mensagem integral, uma mensagem inteira, completa, que não seria mais sombra ou figura daquilo que viria, mas a própria realização da vontade de Deus. E Ele dizia: “tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho feito conhecer” (Jo.15:15). Por este motivo, Seus discípulos não eram mais chamados de “servos”, mas, sim, “amigos”. Jesus estabeleceu, assim, um relacionamento mais íntimo entre Deus e os homens. Assim, Jesus revelou Deus completa e integralmente a todos os homens, a ponto de quem vê a Jesus, vê o Pai (Jo.14:8-11).
E para a implantação do Seu Reino, Jesus escolheu 12 homens a quem deu o nome de apóstolos, que significa “aqueles que são enviados por alguém”. Esses homens foram credenciados por Jesus e por Ele capacitados para o exercício do apostolado.
Mas, o Rei... Ou seja, Jesus foi rejeitado e a implantação do Reino foi adiada, dando assim a oportunidade para o aparecimento da igreja, ministério esse, oculto em Deus.
Vejamos o que diz Paulo em Ef. 3:8-11 - A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar aos gentios as riquezas inescrutáveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou, para que agora seja manifestada, por meio da igreja, aos principados e potestades nas regiões celestes, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor.
Isto significa dizer que a IGREJA, seria edificada por Jesus entre os homens, tendo como base o fundamento dos apóstolos cuja pedra angular é Cristo Jesus. Para isso, vamos tomar como base os ensinamentos de Paulo que mesmo fora de tempo, foi um apóstolo enviado aos gentios para anunciar o evangelho... Vejamos I Coríntios 12:28 - E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Aqui entra a terceira manifestação falada no início: O dom espiritual de profecia.

A difusão geral dos dons do Espírito Santo, assinala a Nova Dispensação e foi predita pelo profeta Joel 2:28, e isso foi confirmado pelas promessas de Cristo a seus discípulos, conforme Mc.16:17, Jo. 14:12, Atos 1:8 etc.

No dia de Pentecostes essas promessas e profecias foram cumpridas...

No texto que acabamos de ler acima, nós vimos que a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.

Como nosso tema é sobre Profetas, vamos nos ater somente ao dom de profecia... Antes, porém, é importante frisar que do ponto de vista popular esses dons foram dados para a fundação da Igreja e que cessaram durante o quarto século da nossa era.

Vimos que Jesus escolheu 12 homens, durante o seu ministério e os chamou de apóstolos. Apóstolo, significa “enviado” e os apóstolos foram enviados com o exclusivo objetivo de revelar o mistério de que Jesus Cristo veio ao mundo como o Messias, tanto dos judeus como dos gentios.

O título de apóstolo foi originalmente privilégio dos 12, mas foi posteriormente assumido por Paulo(Rm.1:1) e aplicado em sentido menos restrito a Barnabé(At.14:4,14), Andrônico e Júnias (Rm.16:7) e possivelmente a Apolo (IÇO.4:6,9), Silvano e Timóteo(I Ts.1:1; 2:6) e Tiago irmão de Jesus.

A função de um apóstolo era, conforme o seu significado, proclamar o evangelho a um mundo incrédulo. E o testemunho ocular para a revelação desse mistério foi entregue pelo apóstolo Paulo, o qual se refere ao apostolado como um dom fundamental à igreja em formação... Porém, segundo alguns exegetas bíblicos, depois da entrega do Novo Testamento aos cristãos, o dom do apostolado cessou completamente. No entanto, qualquer estudante da Palavra logo iria perceber que Paulo também se refere aos profetas como sendo parte do mesmo fundamento da igreja. Vejamos Efésios 2:20 - edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina.

Isto significa dizer que tanto os apóstolos como os profetas deixaram de existir no 1º século: Eles foram apenas fundadores da Igreja, cuja a principal pedra de esquina é Cristo.

A pergunta agora é: Será que essa referência ao assunto, implica na cessação do dom da profecia, do mesmo modo como o apostolado foi apenas temporário na história humana?

Eu entendo que os profetas do Novo Testamento foram fundamentais e íntegros no estabelecimento das doutrinas da igreja primitiva... Que houve realmente um grupo especialmente separado para o ministério da profecia, conforme os encontramos no livro de Atos e nas Epístolas, e, cujas funções consistiam do costumeiro duplo ministério profético de proclamação e predição. Vejamos Atos 11:27 – 29 - Naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia; e levantando-se um deles, de nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome por todo o mundo, a qual ocorreu no tempo de Cláudio. E os discípulos resolveram mandar, cada um conforme suas posses, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia;

Então... O que vemos aqui é que Ágabo, um dos poucos profetas, se tornou notório pela sua predição prestando dessa maneira orientação a Igreja primitiva. Outro exemplo disso está em Atos 21:10-11... E para fechar,o livro de Apocalipse, é outro exemplo de previsão do futuro...

Dessa maneira, eu entendo ainda, que essas atividades (Apóstolo e Profeta) foram dons específicos para a fundação da Igreja... E concordo que realmente, cessaram como Ministério, após ter sido o cânon encerrado, ou seja, após o Novo Testamento ter sido escrito.

Porém, eu também entendo que HOJE... O Profeta não é vaticinador do futuro, mas, alguém que, na unção do Espírito Santo, fala do que já foi revelado.

Em I Co. 13:10, Paulo diz assim: “Quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado”. Segundo os melhores exegetas bíblicos, o que é perfeito aqui não se trata de Jesus Cristo e, sim, da revelação completa das Escrituras que teve sua conclusão com Apocalipse. Dessa forma, o que era em parte profetizado, teve seu ciclo concluído com a chegada do perfeito. Isto significa dizer que tudo o que precisamos, encontramos revelado na Palavra de Deus.

Estamos vivendo a Nova dispensação... E enquanto na Velha dispensação o profeta dizia “Assim diz o Senhor”, e logo passava a dizer o que o Senhor lhe dissera, hoje o profeta tem em mãos aquilo que o Senhor já disse... Hoje temos a sua Palavra revelada e escrita – A BÍBLIA SAGRADA. E se levarmos em consideração que Profeta na verdade é todo aquele que tem a incumbência de falar de Deus aos corações dos homens... Então, todos nós, cristãos, somos potencialmente profetas e profetisas. Quando o pregador, o mestre ou o evangelista, que é profeta de Deus, usa a Palavra para entregar a mensagem, é o Senhor quem está falando por meio dele. De maneira que tudo o que o Senhor precisava dizer, já se encontra na Palavra. Isto significa dizer que após o Novo Testamento, o profeta não poderá acrescer nada do que foi revelado e se completou no ministério de Cristo, mas trará informações e palavras que confirmam o que já foi revelado.

E principalmente, eu entendo que Deus é soberano e como tal...
Ele pode usar qualquer pessoa como lhe apraz... Entretanto, o que temos visto é deprimente em relação à verdade que liberta do engodo religioso, com tantas mistificações entrando na igreja do Senhor. Os profetas hoje estão em toda a parte! Nós os ouvimos dentro dos edifícios das igrejas, na televisão e no rádio, nas ruas, ou plantados na porta de nossas casas, para nos falar do que eles dizem ser a vontade de Deus... Eles se dizem mensageiros de Deus, revelando quando o mundo vai acabar, ou o que vai acontecer em nossas vidas, atualmente. Às vezes, predizem grandes bênçãos. Outras vezes, eles nos avisam sobre sérias calamidades... A esse respeito, vejamos o que Paulo disse em Gálatas 1:8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja [anátema]. Isso significa dizer que aqueles que desejaram conhecer a vontade de Deus, durante os tempos da Bíblia, também tiveram que se guardar contra os profetas enganadores e falsos. Eles não poderiam aceitar cegamente o testemunho de cada homem que dissesse estar falando por Deus.

E hoje, mais do que nunca, precisamos testar aqueles que alegam serem portadores das mensagens de Deus. Toda pessoa que diz falar a palavra de Deus precisa ser experimentada de acordo com a palavra de Deus. Seguindo as recomendações de 1 João 4:1, que diz: Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. precisamos submeter os profetas de nossos dias ao teste.

É preciso submeter esses profetas ao teste, minha gente...
Por que todos os anos, algum "profeta" aparece com predições específicas sobre acontecimentos no mundo ou até mesmo sobre a volta de Cristo... Algumas vezes vendendo milhões de livros e ganhando fama. Quando se passam os meses e suas profecias falham, lembramo-nos novamente de que não há necessidade de respeitar as palavras daqueles que têm a pretensão de falar por Deus. O que dizer, então, de “profetas” como Peter Wagner, Benny Hinn, Rick Joyner e centenas de outros, que falam tolices que jamais se realizam? São eles, verdadeiramente, mensageiros de Deus? Em Isaías 46:9-11, Deus disse: "Eu sou Deus e não há outro, eu sou Deus e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer, e desde a antiguidade as cousas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade. . . Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei." Portanto, quando os homens, em nossos dias, afirmam que estão proferindo alguma mensagem recebida diretamente de Deus, precisamos desafiá-los a confirmar suas palavras com milagres genuínos e inegáveis. Que eles ressuscitem os mortos e restaurem os membros dos amputados, ou então que parem de afirmar que têm revelações de Deus!

É preciso, pois, seguir sempre o que diz Deuteronômio 18:22: “Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele”. Amém?

Um comentário:

  1. Paz e Graça.

    Bela reflexão, abençoada, que o Senhor continue a derramar bençãos em tua vida.
    Amém

    http;//vidasimpactando.blogspot.com

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