terça-feira, 30 de junho de 2009

ÉTICA, MORAL E MORALISMO

Segundo o Doutor e Pesquisador na área de Ética Teológica e Sociedade, Valério Guilherme Schaper, ética é princípio e moral são aspectos de conduta específicas; Ética é permanente, moral é temporal; Ética é universal, moral é cultural; Ética é regra, moral é conduta de regra; Ética é teoria, moral é prática.
Já o Moralismo, é definido tanto de forma crítica como de forma pejorativa. E é dentro do moralismo de forma pejorativa que ele insere o moralismo religioso, sobretudo, por enfatizar de forma mórbida as questões pertinentes à afetividade e à sexualidade.
Segundo ele, foi em função do acúmulo de sentido pejorativo que dificultava seu uso em sentido positivo, que se sugeriu, na teologia européia, substituir o termo “moral” por ética”. De maneira, que em pouco tempo, recaía sobre o termo “ética” as mesmas conotações negativas de moral.
Na realidade, ética é agir corretamente. É proceder bem sem prejudicar os outros.
Segundo ele, no entanto, o moralismo transforma a diversidade da vida moral num apanhado de leis, mandamentos e proibições conhecidas também como legalismo, E é sobre este fato que recai a preocupação de muitos.
De uma maneira geral, o legalismo, principalmente o religioso, tem tomado ao longo dos tempos uma forma devastadora nas vidas das pessoas, escravisando-as a ritos, cerimoniais, tradições, falsos moralismos e dogmas, afastando-as da essência do evangelho de Cristo, que foi dado aos homens não como rituais, mas como o poder de Deus para salvação de todos aquele que crer.
O que vem acontecendo no mundo atual é que a conduta individual das pessoas, das famílias, da sociedade e da igreja, está sendo a cada dia transformada numa “capa” de moralidade a qual chamamos de moralismo ou falso moralismo.
Por isso, é de se considerar “louvável”, a posição de Contardo Calligaris, articulista da folha de São Paulo, quando ele diz que “ é propriamente imoral o moralista, que declara saber de antemão o que é o bem e o que é o mal”. “Castigar os outros é, para ele, o melhor jeito de desconhecer seus desejos menos confessáveis. Ou seja, o moralista condena para se absolver.”
Não é preciso ir muito longe para percebermos este falso moralismo na própria sociedade em que vivemos. As pessoas se dizem zelosas da moral, mas quando fazemos uma análise de suas próprias vidas, o que encontramos são vidas escravas dos erros e pecados que elas mesmas apontam na vida dos outros. São políticos, autoridades, enfim, pessoas que aparentam piedade e santidade, mas vivem envoltos na corrupção, no adultério entre outras mazelas deste mundo.
O que na verdade, pessoas assim promovem, seguindo o exemplo dos escribas e fariseus do tempo de Jesus? É a regra do “façam o que eu digo, mas não façam que eu faço”.
Segundo a Bíblia, “o mundo jaz no maligno”. É preciso, no entanto, levar o povo a voltar-se para o “primeiro amor”. É preciso levar o povo a participar de uma experiência contínua com o criador, conscientizando-os de que somente Ele, é fonte inesgotável de virtude, santidade, bondade e vida.
Elisabete Casado

Um comentário:

  1. Ética e moral são duas coisas distintas, porém meio confusas. E na prática andam meio "fora de moda". Aliás, como a maioria das coisas que incluem o próximo. "O mundo jaz no maligno" e eu ainda acrescentaria que anda padecendo pelo imediatismo da "vida moderna"
    :]

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