quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O CARPINTEIRO PREGADOR

Vimos que somente a luz da Bíblia e da história é que poderemos entender o real sentido da Cruz de Cristo.

Apesar da oposição dos gregos, romanos e judeus, os apóstolos seguiram a orientação da Palavra de Deus e nela eles viram que o Deus revelado na Bíblia era o agente positivo da salvação. Assim como foram as evidencias dos fatos testemunhados por eles próprios que levou o apóstolo Paulo a afirmar com toda convicção que “a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”(I Coríntios 1:18).

E para que possamos ensinar e olhar a Cruz de Cristo como o poder de Deus e não como vergonha ou maldição, nós vamos iniciar o nosso relato ou a nossa pesquisa, com uma pergunta:

PORQUE JESUS MORREU?

Muitos não vêem problema algum nesta pergunta e nem têm dificuldade em responder.

Por quê? Porque para muitos:
· Jesus não “morreu”, dizem: Ele foi morto... Executado publicamente como um criminoso.
· Achavam que a doutrina que ele pregava era subversiva... Herética.
Quem estudou SEITAS E HERESIAS, viu que SEITAS E HERESIAS, não é um privilégio somente da nossa época. Na época de Jesus, existiam algumas seitas. Fariseus... Saduceus... Todas, sub divisão do Judaísmo. E o Cristianismo, como filho do Judaísmo, também foi considerado uma Seita Herética.
Quando Paulo se converteu ao cristianismo, ele era fariseu...Vejamos Atos 24:5 - "Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo, e chefe da seita dos nazarenos". Mais adiante, nós vamos encontrá-lo refutando esta afirmação, dizendo: “ Mas, confesso-te que, conforme aquele caminho, a que chamam seita, assim sirvo ao Deus dos nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na Lei de Moisés e nos Profetas”.(Atos 24:14)

Imaginemos, então, a vida de Jesus, antes de Paulo...

Em seu livro “O Jesus que eu nunca conheci”, Philip Yancey diz que foi em meio ao sistema de castas religiosas daquela época que Jesus pareceu e “para desespero dos fariseus, Jesus não tinha escrúpulos quanto à socialização com crianças ou pecadores ou até mesmo samaritanos. Ele tocava, ou deixava-se tocar, pelos “impuros”: os que tinham lepra, os deformados, uma mulher com hemorragia, o lunático e o endemoninhado. Embora as leis levíticas prescrevessem um dia de purificação depois de tocar num doente, Jesus realizava curas em massa, nas quais tocava em dezenas de pessoas enfermas; nunca se preocupou com as regras da contaminação depois do contato com os doentes e até mesmo com os mortos.

Utilizando-se de apenas um exemplo das alterações revolucionárias a que Jesus deu início, pense sobre a atitude de Jesus para com as mulheres. Naquele tempo, em cada culto da sinagoga os homens judeus oravam: “Bendito és tu, ó Senhor, que não me fizeste mulher”. As mulheres assentavam-se à parte, não eram consideradas nos quóruns, e raramente aprendiam a Torá. Na vida social, poucas mulheres podiam conversar com os homens fora do ambiente familiar, e uma mulher não podia tocar em nenhum homem alem do seu esposo. Mas Jesus associava-se livremente com as mulheres e ensinava a algumas como a seus discípulos. Com uma mulher samaritana que tivera cinco maridos, Jesus travou conhecimento para dar início a um reavivamento espiritual (notavelmente, começou a conversa pedindo ajuda a ela). A unção de uma prostituta, ele aceitou com gratidão. As mulheres viajavam com seu bando de discípulos, sem dúvida incitando muitos comentários. Povoaram as parábolas e as ilustrações de Jesus, e ele muitas vezes fez milagres em benefício delas.

De acordo com o biblicista Walter Wink, Jesus transgrediu os hábitos do seu tempo em cada simples encontro com mulheres registrado nos quatro evangelhos. De fato, como Paulo diria mais tarde, em Cristo “não há judeu nem grego, não há servo nem livre, não há macho nem fêmea...”(Gálatas 3:28).

Realmente, para as mulheres e outras pessoas oprimidas, Jesus virou de cabeça para baixo a sabedoria aceita na época. Os fariseus criam que tocar em uma pessoa impura poluía quem a tocava. Mas, quando Jesus tocava numa pessoa com lepra, ele não se contaminava — o leproso se tornava puro. Quando uma mulher imoral lavou os pés de Jesus, ela se afastou perdoada e transformada. Quando ele desafiou os costumes entrando na casa de um pagão, o servo do pagão foi curado. Em palavras e atos Jesus estava proclamando um evangelho radicalmente novo da graça: para tornar pura uma pessoa, não era preciso ir até Jerusalém, oferecer sacrifícios e passar pelos rituais da purificação. Tudo o que uma pessoa tinha a fazer era seguir Jesus. Como Walter Wink destaca: “O contágio da santidade sobrepuja o contágio da impureza”.

Em suma, Jesus transferiu a ênfase da santidade de Deus (excludente) para a misericórdia de Deus (inclusiva). Em vez da mensagem “Os indesejáveis não têm permissão”, proclamou que “No reino de Deus não há indesejáveis”. Para se dar ao trabalho de conhecer os gentios, comer com os pecadores e tocar os doentes, ele ampliou o reino da misericórdia de Deus. Para os líderes judeus, os atos de Jesus prejudicavam a própria existência de seu sistema de castas religiosas — por isso os evangelhos mencionam mais de vinte ocasiões em que eles conspiraram contra Jesus.



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