sábado, 15 de agosto de 2009

A ÚLTIMA CEIA

Podemos imaginar Jesus passando sua última noite na terra em reclusão tranqüila com seus apóstolos. O lugar era descrito como “um cenáculo grande, mobiliado e preparado”. O cenáculo era uma sala usada no tempo de Jesus como um lugar preparado para refeições. É o que chamamos hoje de sala de jantar.

Imaginemos, portanto, Jesus junto de uma mesa baixa, reclinado sobre almofadas, no chão. Evidentemente, não havia criados que os servissem, de modo que ninguém lhes lavou os pés antes da refeição. Nem os apóstolos foram humildes o suficiente para fazer. Quem sabe... Jesus, então, veste um avental de escravos, despeja água numa bacia e lava os pés dos apóstolos, realizando o que nenhum deles estivera disposto a fazer... A seguir, Ele profere palavras tremendas e reveladoras sobre: “o amor em servir uns aos outros”, “sobre sua iminente partida” e “da vinda de um consolador que tomaria o seu lugar...” E ainda os adverte de que um membro do grupo iria traí-lo...

DE REPENTE ELES OBSERVAM ENCANTADOS, QUE ELE PEGA UM PÃO, QUEBRA EM PEDAÇOS E DISTRIBUE ENTRE ELES DIZENDO: “Este é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de mim”.

Da mesma forma, terminada a ceia, Ele tomou um cálice de vinho, deu graças, entregou-o aos discípulos e disse: Este é o cálice da nova aliança que é derramado por muitos pelo perdão dos pecados; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim”.

É uma pena estarmos tão familiarizados com estas palavras que muitas vezes não sentimos o impacto que elas causam, quando através do pão e do vinho e pelo que Jesus disse a respeito desses elementos, Ele estava nos ensinando que:
  1. O pão e o vinho distribuídos aos discípulos deveriam simbolizar para sempre a Sua morte. Ou seja, Todo aquele ato, visava “A centralidade da Cruz”. Era por sua morte que Ele deveria ser lembrado. “Fazei isto em memória de mim”, Ele disse.

    O que deviam Eles fazer? Deviam copiar o que Ele tinha feito... Tanto os seus atos como suas palavras... Isto é, tomar, quebrar ou partir o pão, abençoar, identificar e partilhar o pão e o vinho.

    As palavras proferidas por Ele, tinham uma explicação: Acerca do pão ele disse: “Este é o meu corpo que é dado por vós” e do vinho: “Este é o meu sangue que é derramado por vós”. O pão não representava seu corpo vivo, enquanto ele se reclinava com eles à mesa...
    O Pão representava Seu corpo que seria dado por eles na morte.

    Da mesma forma, o vinho não representava o sangue que corria em Suas veias enquanto lhes falava e sim o sangue que seria derramado por eles na Cruz...

    A evidência é clara e irrefutável: “A ceia do Senhor, que foi instituída por Jesus, e que é o único ato comemorativo autorizado por Ele, não representa nem seu nascimento... Nem sua vida... Nem seu ensino... Nem suas obras... Mas, somente sua morte”. Portanto, Se a Cruz não for o centro da nossa religião... A nossa religião não é Jesus.
  2. Outra lição que aprendemos de tudo isso é que Jesus ensinava aos seus apóstolos que sua morte tinha um propósito. Não somente Mateus que foi testemunha desse momento, mas o próprio Paulo testifica acerca do cálice que as palavras de Jesus referia-se tanto ao seu sangue, como à nova aliança associada com o seu sangue. Mateus acrescenta que “o sangue de Cristo deveria ser derramado pelo perdão dos pecados”(Mt.26:28). Nesse texto nós temos a afirmação verdadeira de que por intermédio do derramamento do sangue de Jesus, na morte, Deus estava tomando a iniciativa de estabelecer um novo pacto ou “aliança” com o seu povo, na qual uma das maiores promessas seria o perdão dos pecados.

    Que quis Jesus dizer, então? Muitos séculos antes, Deus havia feito uma aliança com Abraão, prometendo alcançá-lo com uma boa terra e uma posteridade abundante. Deus renovou essa aliança no monte Sinai, depois de tirar a Israel (descendentes de Abraão) do Egito. Ele prometeu ser o seu Deus e fazê-los seu povo. Essa aliança ainda foi ratificada com o sangue do sacrifício (Ex. 24:8). Passaram-se centenas de anos, durante os quais o povo se esqueceu de Deus, quebro a sua aliança e provocou o seu juízo, até que um dia no sétimo século a.C. a palavra do Senhor veio sobre Jeremias(Je.31:31-34). Passaram-se mais seis séculos, anos de espera paciente e expectativa crescente... Até que numa noite... Num cenáculo de Jerusalém, um jovem camponês galileu... Carpinteiro de profissão e pregador por vocação, ousou dizer: “Esta nova aliança, profetizada por Jeremias, está prestes a ser estabelecida; o perdão de pecados prometido como uma das bênçãos distintivas está prestes a ficar disponível; e o sacrifício para selar esta aliança e assegurar este perdão será o derramamento do meu sangue na morte”. Aqui está a visão que Jesus tinha de sua morte...E esta deve ser a nossa certeza. Jesus morreu para expiar os nossos pecados.
  3. Finalmente, Jesus ensinava “A necessidade de nos apropriarmos pessoalmente de sua morte”. Assim como os discípulos deveriam comer o pão e beber o vinho, era necessário que eles participassem pessoalmente dos benefícios de sua morte. O comer e o beber eram, como ainda o são, uma parábola viva de como recebermos a Cristo como nosso salvador crucificado, e nos alimentarmos dEle, pela fé, em nossos corações. A ceia do Senhor instituída por Jesus não tinha o propósito de ser um “não-me-esqueça” piegas, mas. Antes, um culto rico de significação espiritual. Amém?

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